A Agenda

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     " Nós , homens do conhecimento. não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos- e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos?"
Nietszche


A agenda

Há muitos recomeços no inicio do ano. Rituais!

Nada obsessivos. Necessários e insubstituíveis. Um deles é a transferência dos dados da tão útil agenda de um ano que já terminou e que nasceu, se desenvolveu, envelheceu, para dar lugar a um  novo ano.Como acontece com a natureza humana. Ciclos .

São anotações importantes . Dados pessoais e profissionais. Após, horários ... numa folha adiante , o aniversário de alguém especial e logo ali - triste demais - o registro de alguém que não está mais aqui. Seu telefone emudeceu, sua voz calou-se “ Partiu para uma melhor”- o dito dos espiritualizados. Posso apagá-lo mas nunca do meu coração. Anotações e telefones...  quantos  amigos. Gratidão vida!

Alguns... por que a dúvida de reanotar? Quem se perdeu... Eu ou ele? Ou nós nos perdemos?

E agora a agenda virtual.... eficiente!

Mas fria... como tudo que é  perfeito.

Nada como a antiga e boa agenda, aquela que só é  entendida por quem a decifra.   Contém  rabiscos inteligíveis ao outro , como algoritmos. O encontro marcado. Os compromissos, uma vida de sentimentos e acontecimentos. Divagações... Um escrito especial de nossa “vã filosofia”impetuosa, que não foi escrito por acaso, para ser resgatado quando a memória falhar. Citações de Nietszche, Sartre, Deleuze ...

Tal qual  a minha bolsa dos segredos e guardados, a agenda é um prolongamento de mim, nela registro minha vida . Vou guardá-la junto com outras empilhadas no armário  e retidas por meus sentimentos. Nela está  também o meu  trabalho. Talvez queira rele-las num momento de nostalgia. Agora, é hora de  iniciar uma nova!

Mas ... cadê meu celular?

Afinal , estamos no ano de 2016!

 

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