O Glaciar Perito Moreno e os pinguins

|

Carnaval, 2013. Rumo ao extremo sul da América do Sul, onde não havia latitude de país algum para fazer par. Para alguns " El fin del mundo". Será?

5 vôos me esperavam. Sabia das filas da imigração, já conhecia sua necessidade e chatice. Por sua vez, 34 pessoas desconhecidas iriam participar de minha vida diariamente por uma semana, num destino que jamais pensei planejar. Um grupo necessário. Muito! O valor do agrupamento, a proteção que ele nos oferece é essencial numa viagem de 8 dias, tão inusitada e diversificada. Na agência de turismo a gentil atendente me falara: " Vais gostar", me entregando os vaucher, passagens e recomendações de rotina. E saí com estas referências  otimistas, de alguem que já havia estado na Patagônia Argentina. Senti que gostaria, afinal queria ir a um lugar frio na América do Sul, desconhecido.A um destino que desvirginaria com minha presença, pois segundo Simone de Beauvoir, cada lugar mantém-se virgem até que o desvelemos com nosso olhar.

Hotel em Ushuaia: ao fundo a vista do Canal de Beagle

Chegada ao aeroporto de  Ushuaia, Terra do Fogo. Temperatura 5 graus.No hotel,a vista deslumbrante do Canal de Beagle, (importante referência este estreito que separa as ilhas na Terra do Fogo). Lindamente servia de cenário à sala do café da manhã, no hotel.

O trem  "Ferrocarril del Fin del mundo"
O lindo trem que sepenteava pelas montanhas
No dia seguinte, primeiro passeio: Ferrocaril, o trem que nos levaria à "Estação do Fim do Mundo". Me soou estranho, mas foi uma maravilhosa e terna surpresa.O trem serpenteava os morros numa réplica de questões socias de Ushuaia.




A tarde livre para um passeio pelo Free shop, na única rua da cidadezinha. Os preços eram convidativos. Valeu a pena conferir, ainda mais fazendo amigos naquela alegria do primeiro encontro.


Chegou o dia seguinte. Iria conhecer os pinguins que até então só vira virtualmente. Atualmente, notícias de pinguins  aparecem esporadicamante aqui em nossas praias do litoral norte a procura de um habitat mais frio, que agora sabia, fugiam de Ushuaia qdo por lá começa a esquentar, onde as estações são bem definidas .

No pier antes de navegar
O barco confortável, calefação. 5 horas de navegação pelo Canal de Beagle que nos bancos escolares me havia sido apresentado. Torre de Babel: pessoas de todos os continentes no pier. Os asiáticos dando aquele show especial com suas maravilhosas máquinas de fotografar. Realmente fazendo juz ao espetáculo mas eu me contentava feliz com minha Sony de 5 anos de cumplicidade.E me bastava. Com ela me entendia.

A voz do comandante avisava que estávamos chegando perto da ilha dos pinguins. Pedia que falássemos baixinho, para não perturbá-los. O lindo Catamarã diminuia a velocidade e então os vislumbrei: milhares deles. De "casaca", cerimoniosos com seu caminhar característico.Lindo. Espetáculo!.Uma lágrima lentamente deslizou, mas deixei. Afinal, meu netinho teria tempo para conhecer este espetáculo. O dia dele chegaria.
o comandante solicitou que falássemos  baixinho....


Uma lágrima deslizou, mas deixei.

Todos querendo registrar a melhor foto.



Enfim, a segunda etapa da viagem à Patagônia: despertar as 6hs da manhã em Calafate, charmosa cidadezinha aos pés da Cordilheira dos Andes, pois a navegação seria de 10 hs rumo ao Glaciar Perito Moreno, declarado pelas Nações Unidas Patrimônio Histórico da Humanidade. Um dos mais fascinantes cataclismos naturais que se observam no mundo! Navegando de catamarã pelas águas doces que sustentam lindos Icebergs provenientes das quedas de gelos dos Glaciares. Um pouco de sorte me proporcionou vizualizar: espetacular estrondo do gelo ao cair na água do Lago Argentino. Um verdadeiro Safári Náutico na rota fluvial, até chegar aos pés do Glaciar. Deslumbrante espetáculo que fez defrontar-me com minha pequenês. Uma  dimensão indescritível.

Para nunca esquecer: eu e o Glaciar

O Grupo!!
Para a posteridade!Eu e a imensidão.


Enfim, uma viagem insequecível. E como falou a atendente na agência, "vais gostar"! E eu gostei!Espetáculo!!!!