O convite inesquecível

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Sempre que posso, vou ver meu neto. Um beijo e um abraço de amor em nosso encontro. Mas naquele dia, senti como um convite especial ao telefone: " Vó, vem aqui hoje?". E é claro que eu fui, o convite era irrecusável.

Ao chegar, uma vozinha de 5 anos de formosura falou: " Oi, vó Soninha. Entra..." era ele acionando o controle da garagem. "Vó Soninha"... pensei. Nunca havia me chamado deste jeito tão carinhoso. Fiquei feliz e sorria sozinha. De emoção... de pura ternura de vó.
"Vem, vamos comer bergamota". Pegou minha mão e fomos. Me senti levada por um anjo. Um cenário me esperava. Duas cadeiras, duas bergamotas no seu pratinho de Homem Aranha, no deck enfeitado pela Lhasa Meg, presença indispensável e com lugar cativo.

 "Faz o começo que eu descasco o resto, vó...". E assim fizemos o nosso pique nique.. eu e meu pequeno amor. Sentados lado a lado. Pezinhos descalços soltos no ar, balançavam feliz enquanto o sol se punha.. a cadeira era alta e faltariam muitos anos para ele "plantar" sua individualidade no chão da vida, quando conheceria todas as verdades e in-verdades. Por enquanto, desenhava a sua história.

Aí perguntei: "Bruninho, e os jogos no celular"? Ele corrigiu: " No meu tábletiiii, vó!" Claro que não poderia perder a oportunidade. Sabia que estava difícil controlar as horas que passava teclando genialmente e uma conversa de vó para neto, resolveria, pensei. Ao meu olhar, era surpreendentemente incrível o modo como teclava, passava o dedinho na tela, num indo e vindo genial. Afinal, era de Geração Z, do domínio precoce da cibernética. Herança de Bill Gates que permitia esta nova geração. E num papel em branco, ele começava a desenhar sua história.

Continuamos a comer bergamotas, as mais doces e gostosas de minha vida. Era melhor sentir o momento preparado por ele... não quebraria jamais esta ternura para falarmos em tecnologia. E seguimos em nosso momento, com a poesia do por do sol.

 
 
 

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