Será a inteligência, emocional?

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Na culta Europa do final do século XIX, Freud esperava o devir do século XX, para lançar uma de suas mais brilhantes e geniais obras: " A interpretação dos sonhos". Queria que sua descoberta em relação à existência do inconsciente, abrisse  o novo século que nascia. Foi o que aconteceu! A era do florescer do intelecto, agora da Psicologia e áreas afins, se apresentava contundente.


Apropriar-se de um método que ignorava as sensações, as emoções...
Por sua vez e num outro viés, outra linha,  a da Psicometria se apresentava:  na mesma década,  na França, o psicólogo  Alfred Binet em 1900, desenvolvia seus testes  de QI ( Quociente de Inteligência) para medir e classificar a inteligência através de uma escala própria. Em seu trabalho, revolucionário na época, o objetivo era classificar  e dividir crianças adequadamente, através da aferição de níveis de retardo,  até altíssimos graus de inteligência para colocá-las em suas séries escolares correspondentes e utilizado mais tarde em soldados para medir suas  inteligências, a partir da I Guerra Mundial. Tratava-se de um método cartesiano, agora sabemos, inútil e ultrapassado, matemático e exato.

Medir inteligência? Apropriar-se de um método que ignorava  as sensações , as emoções, a criatividade, a capacidade de resolver problemas do cotidiano?

Mais tarde, Binet contestado veementemente, foram surgindo teóricos como Gardner (Teoria das Inteligências Múltiplas), que a partir de 1968 nos Estados Unidos, focou seus estudos e pesquisas nos sentimentos, comportamentos e motivações; inteligências intra e inter pessoal ( eu comigo) e (eu com os outros), como sendo a capacidade de acesso à nossa própria vida sentimental;  à toda a gama de afeto e emoções, estabelecendo bases de reflexão para entender e orientar o nosso comportamento e motivações.

Entender o nosso comportamento e motivações

A seguir, surge Daniel Goleman na década de 1990, psicólogo Phd  na Universidade de Harvard: lança seu brilhante best seller, Inteligência Emocional. Veio  para acrescentar novos paradigmas e assim  pensarmos o quanto eram cartesianos os testes de QI de Binet. A importância de entender que a melhor maneira de tornar as pessoas mais inteligentes emocionalmente é começar a dar subsídeos para educá-las, quando ainda são crianças. Goleman afirma através do QE,  que para um adulto melhorar sua própria Inteligência Emocional, a primeira tarefa é desaprender e reaprender, devido ao fato que seus hábitos emocionais também foram introjetados  na infância

Sabemos da preocupação dos pais em relação ao futuro de seus filhos mas sabemos também da importância da estrutura emocional básica na infância. O que vimos acima, é a base teórica para entendermos que o que assegura prosperidade, prestígio e felicidade é o QE ( Quociente EMOCIONAL), como a pessoa reage aos desafios e vicissitude que a vida apresenta. Existe uma preocupação em adaptar o homem ao trabalho, aos estudos e ao sucesso mas através  da preocupação aos aspectos emocionais da inteligência: saber resolver conflitos do dia a dia é fundamental para o ser humano. De nada vale saber fazer cálculos difíceis se a pessoa não consegue resolver situações complicadas de sua vida com o outro, com o social.
Estrutura emocional básica na infância


A formação emocional se faz ao longo da infância, através da educação familiar, experiências escolares e grupais. Vivências infantis dolorosas podem causar traumas emocionais que levam ao desenvolvimento de defesas.  Aquilo que que nos impede de sofrer, também pode  nos impossibilitar  de sentir amor ou alegrias. Os choques emocionais que ocorrem na primeira infância, no alvorescer da vida e nos primeiros passos e descobertas de mundo, podem mais tarde criar "couraças" psicológicas.

Sabemos que, nas últimas décadas, parece  haver uma visão distorcida,  muitas vezes desmedidamente liberal entre pais e filhos, na relação parental e filial. Existe um conceito em algumas famílias, de que reprimir os filhos pode gerar  patologias; existe uma quantidade considerável de crianças  sem limites e emocionalmente comprometidas. Mas, sabemos que dar limites aos nossos filhos é amá-los. Dialogar e faze-los pensar nos atos que praticam, é tarefa dos pais que os amam, que depositam neles todos os anseios e esperanças e querem prepara-los para a vida; torna-se muitas vezes difícil para os pais saberem onde está o equilíbrio mas a psicologia oferece meios para resolver estes questionamentos, que demonstram a busca pelo acerto.

Quando a criança é muito gratificada, quando a palavra NÃO se faz ausente, ela poderá desenvolver uma baixa tolerância à frustração e sua Inteligência Emocional ser insuficiente para aguentar, saber lidar no futuro, com as situações que a vida possa lhes trazer e que sabemos, muitas vezes, difíceis de resolver.

Ver as coisas também na perspectiva do outro

E como proceder?

Não será a inteligência que Binet procurava "medir" que resolverá seus problemas mas sim, sua capacidade de entender, adaptar-se às situações difíceis, muitas vezes em níveis emocionais severos que a vida lhe oferecerá. E como isso foi introjetado pelos pais desde sua mais tenra idade.

Existem enfoques em Psicologia que falam sobre a capacidade interpessoal, e segundo Goleman, a chave para isso seria o auto conhecimento. Quanto mais aberta está a pessoa para as próprias emoções mais fácil será perceber a emoção do outro. Então, a Inteligência Emocional traduz a capacidade de ver as coisas também na pespectiva do outro.






3 comentários:

renata lehmann disse...

Sonia, tu és mesmo uma craque para escrever!
A gente vê altas inteligências que estragam sua vida por terem baixa inteligência emocional, e no teu texto tu explicas muito bem como isso se dá. Muito boa a tua didática.
Sempre muito prazeirosa leitura. obrigada por partilhares! bjs

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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